sexta-feira, 5 de março de 2010

Marx e Suas Influências no Serviço Social







Por Laís Paulo*



Breve Biografia

Karl Marx nasceu em Trier em 05 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883 foi filósofo, historiador, economista e jornalista. Deixou-nos numerosas obras, dentre elas, “Manuscritos Econômico-Filosóficos”, “O Capital”, “Contribuição à crítica econômica” e outras, e sua parceria com Engels que resultou “A Sagrada Família”, “A Ideologia Alemã” e o “Manifesto do Partido Comunista”. Segundo o próprio Engels, as duas grandes descobertas de Marx foram: a concepção de materialismo histórico e a teoria da mais-valia (qual retratarei neste texto). Karl Marx foi também ativista político, fundou e dirigiu a Associação Operária Internacional – a primeira do gênero – de 1867 a 1873.


Marx e suas influências

Marx observou a sociedade, interpretou e descreveu. Para isso houve uma série de influências, o que quero dizer, por exemplo, é que ele não inventou o socialismo, mas estudou o socialismo utópico os franceses Saint Simon e Fourier e o idealizou em socialismo cientifico; inverteu a dialética hegeliana, colocando-a de ponta a pé, enquanto Hegel aplicava o movimento dialético ao processo de pensamento, Marx o remete ao mundo da história real e concreta: a das necessidades econômicas e sociais, dos seres humanos. Desta forma, as idéias marxistas sofreram influências das principais correntes de pensamento de sua época, desde a economia liberal de Adam Smith à dialética de Hegel.


Materialismo Dialético

Como disse anteriormente, para Marx, o processo dialético se dá de acordo com as necessidades dos humanos.
Marx utilizou da dialética para explicar as mudanças e acontecimentos na história da humanidade ao longo dos tempos. A dialética é a lei do desenvolvimento da realidade histórica, e através dela é possível estudar um fato histórico, encontrar o elemento responsável pela sua transformação num novo fato, dando continuidade ao processo da história. Assim sendo, a dialética exprime a inevitabilidade da passagem da sociedade capitalista para a comunista.


Materialismo Histórico

O materialismo histórico é a teoria no qual a estrutura econômica determina as outras estruturas, é a base material ou econômica (infraestrutura) que exerce influência direta nas instituições jurídicas, políticas (leis, o Estado) e nas ideológicas (artes, educação, religião, moral) - o que denominou de superestrutura -, em outras palavras a superestrutura se adapta ao modo de vida econômico da sociedade, o ser econômico determina o ser social, ou ainda: “Não é a consciência dos homens que determina o se ser, mas é, ao contrário, seu ser social que determina sua consciência” (Karl Marx, em Prefácio a “Para a crítica da economia política”).


Teoria da mais-valia

A teoria da mais-valia é um dos conceitos fundamentais da economia marxista e um eixo importantíssimo na construção teórica de Marx.
Segundo ele, “O valor da força de trabalho é o valor dos meios de subsistência necessárias para a conservação do possuidor da força de trabalho”, a força de trabalho é o próprio trabalho e pertence ao trabalhador/a, já o produto do trabalho é propriedade do capitalista e não de quem o produz (trabalhador/a), ora se o/a proletário/a trabalha oito horas diária e em quatro horas produz o tanto para cobrir o quanto o capitalista despende para o seu salário, o produto das outras quatro horas é o valor que o capitalista se apropria. Esse valor que passa para o bolso do capitalista é a mais-valia, logo a mais-valia é o excedente do trabalho, é o lucro real que existe na “sobra” (excedente) da mão-de-obra que o industrial investirá na sua indústria, assim a indústria crescerá cada vez mais, acumulando a riqueza que é deixada pela classe operária.
Para Marx, a única solução para sair desse círculo no qual só o industrial agrega lucros e o operariado é explorado é preciso que haja a revolução das massas, em que a classe operária, unida, irá derrubar essa lógica contraditória, desigual e pervessa do capital.



Marx no Serviço Social

Há quem atribua características negativas ao Serviço Social e o aponte como profissão de práticas e políticas assistencialistas, talvez a denominação transmita um equivoco de significados, para estes/as indico as obras de Marilda Vilela Iamamoto, Maria Lúcia Martinelli, José Paulo Netto, Carvalho e tantas outras (os) teóricas (os) do Movimento de Reconceituação do Serviço Social.
Após a II Guerra Mundial os países capitalistas lançaram estratégias em defesa do capitalismo, pois temiam a expansão do socialismo, visto que havia a construção do bloco socialista representado pela União Soviética. Uma dessas estratégias foi a implantação de empresas norte-americanas e européias na América Latina. Assim sendo, uma parte da burguesia local (aliada aos EUA) era a favor do capital internacional e a outra defendia o nacionalismo, isso provocou uma crise na burguesia, sendo que a parte da burguesia atrelada aos estadunidenses resolveu a crise com o golpe de 1º de abril de 1964, o golpe militar, que em apoio à concentração do capital proibiu o sindicalismo e agravou a exploração do/a trabalhador/a.
Com a erosão da base do Serviço Social tradicional iniciou a renovação do Serviço Social brasileiro que se deu em três perspectivas: a modernizadora baseada na teoria positivista; a de renovação do conservadorismo baseada na teoria fenomenológica; e a de intenção de ruptura baseada no marxismo. Aconselho a leitura de todas as perspectivas, mas falarei um pouco sobre a terceira.
Perspectiva da Intenção de Ruptura :
Surge com a proposta de romper as práticas tradicionais do Serviço Social, vinculadas aos interesses da classe dominante, discute a relação entre a profissão e a sociedade capitalista. Foi manifestada no âmbito dos movimentos democráticos e das classes exploradas e subalternas (inicio dos anos de 1960) quando “ [...] O Serviço Social – de forma visível, pela primeira vez- vulnerabilizava-se a vontades sociais (de classe) que indicavam a criação, no marco profissional, de núcleos capazes de intervir no sentido de vinculá-lo a projeções societárias pertinentes às classes exploradoras e subalternas. (Netto, 2006, p.256) Portanto, assistentes sociais que optaram politicamente de trabalhar em favor dos explorados e subalternos conceberam as primeiras idéias de intenção de ruptura das práticas tradicionais, uma vez que é preciso lembrar que o objeto de trabalho do Serviço Social é a questão
social (resultante das relações de conflito entre capital x trabalho que se manifesta em suas múltiplas expressões: desemprego, violência, fome, discriminação e etc.), e agora as/os profissionais optaram em atuar em prol dos trabalhadores/as (segundo Iamamoto trabalhador/a é tanto quem está empregado/o e desempregado/a), baseando-se na teoria marxista.
Vale ressaltar que essa perspectiva se propagou no período de crise da ditadura, originando produções teóricas voltadas para as questões do continente latino-americano, rompendo com práticas profissionais, aumentando a participação política de assistentes sociais nos movimentos sociais, sindicalistas e partidários, porém o movimento de reconceituação do S. Social (quesurge no âmbito da academia sendo protagonizado por estudantes-militantes, docentes e abrangendo a categoria de assistentes sociais) foi desfeito pelas ditaduras burguesas e por divergências no próprio grupo de assistentes sociais. Assim sendo, hoje existem ainda as três perspectivas, de modo que há docentes que encaminham seus projetos conservadores e profissionais com práticas atreladas á tendência de renovação do conservadorismo; portanto o projeto ético-político-profissional hegemônico fundamenta-se na teoria marxiana e marxista, se materializando no código de ética profissional (1993) que norteia o pensar e o fazer profissional da(o) assistente social.


P.S: Bem, gente esse é só um texto principiante, quem quiser se aprofundar leiam:
Manifesto Comunista; e Serviço Social na Contemporaneidade de Marilda Vilela Iamamoto.

* Laís Paulo é estudante de Serviço Social, 1º Semestre.

13 comentários:

CSMG disse...

Parabéns, simples, claro e objetivo! Sucesso Laís!
Carmen Guedes

L.Gris disse...

Obrigada!

Anônimo disse...

huuhuhuhuh.parabeens!!! vc tem potencialidade,te admiro muito e desejo muito sucesso.um forte abraço!

Anônimo disse...

VC Faz uma enorme falta na minha turma.rrsrsr do seu mano RAFAEL LIMA

Suzana disse...

Ótimo texto, parabéns!

Suzana
Estudante de Serviço Social UFRN

Tais Lima disse...

Menina se vc tava assim no 1º
agora q vc está no 4º deve está uma monstra... Parabéns de verdade!

claudeci disse...

claudeci, boa vista/rr estudante de serviço social 4ª semestre,FEA é otimo, poder conhecer cada historia mediante o serviço social é maravilhoso, pois futuramente vou ser uma grande assistente social.obrigada.

Anônimo disse...

muito bom, um resumo muito bem feito onde coloca tudo muito bem explicado, de facil compreenção.

Anônimo disse...

Adorei o resumo.É pra´tico e de fácil compreensão,parabéns Laís! entra em contato meu e-mail eh esse palomapispo@hotmail.com. Sucesso pra todos nós!

Anônimo disse...

nossa adorei...muito bom mesmo mim manda material sou estudante de serviço sócia 3º perodo...jurcsousa@hotmail.com

Anônimo disse...

Nossa adorei VC é demais já sou formada e fiquei imprecionada com seu resumo muito bom gostaria de ser sua amiga no imail eu sou Ducliene ,meu imail é ducliene@ hotmail.com

nubia rocha disse...

Os programas sociais de hoje é uma continuidade do assistencialismos do passado...

Fanny disse...

Amei