domingo, 13 de dezembro de 2009

Silêncios Falados

A necessidade de escrever é grande, já que pouco me manifesto em falas, pouco falo de mim com os outros, poucas são as confidências (e raras), e não é porque não tenho espaço, não é por causa das arestas, dos bloqueios. As pessoas me acham expressiva, comunicativa, forte (inclui-se dura e arrogante), mas o que acontece que essas são aparências e estados que se passam por fora (isso não siginifica que não também por dentro), mas não posso negar que há em mim um ser timido, mudo e sensível (põe extrema sensibilidade).
Preciso confessar: não é desfazendo dos ouvidos dos outros ,mas gosto tanto de conversasr comigo mesma, de me auto-confessar que a necessidade de ter um ouvinte, um outrem já se tornara mínima. Não é apologia à solidão e nem ao individualismo, me considero um ser social (ista) e coletivista, mas conversar e me acompanhar de mim já virou um culto.
Então queridas/os leitoras/es ("Se é que vocês existem"), quando não houver textos e nem posts atualizados... Isso não signifiga que sumi e nem que me faltam verbos, mas que me sobra silêncio.

P.S: Eu sempre abuso dos parênteses ( e muito!).

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

...

Estou numa estrada em que as idas são constantes, as voltas longas e demoradas. Mas sinto que aprenderei com o silêncio dos meus pensamentos. Tenho partido, renunciado há algumas coisas - compromissos e até gozos - e as partidas estão sendo retornos, como uma volta aos primórdios... a mim.
E nesses dias de tédio que construo para mim mesma, você é a única graça, o colorido da minha fotografia, o gris da escala de preto a branco. Nessa sexta-feira 13 minha sorte foi te (re) encontrar. Gata preta. Mulher-Gata. Minha Felina.
Se vivo é porque te sinto.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Caio Fernando Abreu

E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a
palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o
cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro
forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns.
Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não
enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes,
no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que
chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo
que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As
pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O
que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa
quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai
rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum
sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do
outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até
pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o
que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito
fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo
que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa
aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a
coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será
coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o
corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo.
Porque então você se ama também.

Terça-feira de primavera, 23 de setembro, e eu acordei com um verso de Caio F. Abreu na memória "[...]Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra[...]", foi o dia inteirinho com esse excerto em mente fresca,e junto comigo despertou tambpem meu amor (que estava adormecido) por esse fabuloso escritor, artista... homem!
De lá pra cá (e hoje fazem 8 dias) eu tenho lido e pensado bastante nos seus escritos. Se bem que nestes dias eu tenho andado 'tão down' e Caio, Los Hermanos e Céu (disco Amor e Òdio) tem alimentado esse meu estado de espírito.
Ando(não do verbo andar, mas no sentido de estar mesmo) absorta aqui no meu quarto, viajando entre letras e canções, escritos e melodias, linhas e entrelinhas (principalmente).

p.s: Adoro o texto a cima.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Surplus

Há tantas coisas que gostaria de postar: poesias, versos, músicas, textos, vídeos. Mas há uma aflta de disciplina, e porque não dizer preguiça, muito latente em mim. Penso, escrevo, mas dificilmente consigo pôr no blog. Bem, prometi para mim que me disciplianrei nesta atividade, até porque sou uma blogmaníaca (porém muito mais seguidora, do que blogger, rs)
Blablabla...
Gostaria de compartilhar com vocês um vídeo (que particulamente adoro). Continuando... Este é Surplus, um documentário produzido em 2003 pelo diretor Erik Gandini (sueco), mostra uma realidade cada vez mais aterrorizante que está totalmente banalizada nos dias de hoje. A de que nós, seres humanos, nos transformamos em uma máquina de consumo e ganância que está destruindo o mundo e o tornando cada vez mais afásico e amoral. Um colega de comunidade do orkut comentou outro dia "Por que alguns odeiam os que tem o previlégio de consumir?" (Risos, eu que ri). Não é ódio aos que tem o previlégio de consumir, afinal consumir é preciso, o assunto posto em debate é o estilo de vida consumista, consumidor(a) e consumista são posições totalmente diferentes.
Eu não vou escrever muito, afinal são 51 min de vídeo e eu quero que vocês tenham a oportunidade, paciência e atenção para assistir. Vale a pena. Surplus apesar de pessimista, nos mostra que devemos repensar algunss valores e tomarmos com urgência atitudes em defesa e preservação do meio ambiente.
Bom vídeo à todas!
Ah, não esqueçam: Se somos o que consumimos, então vamos consumir com mais comprometimento com o meio ambiente, optando por produtos e atividades mais ecológicas.

sábado, 22 de agosto de 2009

Lesbecause

Let me see se apre(e)ndi
A língua da mulher gay
Deixe-me ver se (ab)sorvi
O tal do verbo to say:
Seio you, seio me, seio we
Lesbecause let me see
Em junho tem happy day
Por causa das lesbianas
Agora sou poliglota
Lésbicas ou pubianas
Já não as acho idiotas
Os lábios roçam as bocas
As bocas parecem loucas
Sedentas, mudam de rotas
Por causa das lesbianas
Surge a visibilidade
Algumas moças insanas
Se exibem com vaidade
Fazem manifestação
Mostram peito e coração
Se alastram pela cidade
Por causa das lesbianas
As feministas ampliam
A pauta das veteranas
Sussurram, berram e miam
Dizem “mulher com mulher”
E já não dá jacaré
Como muitos presumiam
Por causa das lesbianas
As línguas se entrelaçam
As bocas se chamam xanas
As xanas se chamam rachas
As rachas se chamam girls
Garotas chupam freegels
Free girls chupam muchachas
Por causa das lesbianas
Na ponta da lingua vem
Umas palavras sacanas
E um jeito de querer bem
Um dedo de prosa boa
Uma mão boba, à toa
Que move como ninguém
Por causa das lesbianas
É feita a tal discussão
Se Marias vão com Anãs
Por que chamar sapatão?
Preconceito dê no pé!!
O chato é ter chulé
Amor não faz calo, não
Por causa das lesbianas
A luta por igualdade
Impõe teses mais humanas
Requer a diversidade
Só a sociedade viva
Não hetero-normativa
Permite a felicidade
Por causa das lesbianas
Fala-se de peito aberto
Bonecas de porcelana
Não se pode ver de perto
Quanta historia mal contada
Quanta mulher mal amada
Por causa “do jeito certo”
Por causa das lesbianas
La vulva! Esquerda! Volver!
Enganam-nos qual iguanas
Estranha e dócil: por quê?
“Tímida e espalhafatosa”
Exposta e misteriosa
Na seca aprende a chover
Por causa das lesbianas
Minh’arte usa outro tom
Qual as culturas ciganas
Que exibem múltiplo som
Profanamente sagradas
Linguagens são agregadas
Colando lábio e batom
Por causa das lesbianas
Nem só a cultura é oral
Abaixo as falas tiranas
“Pedra é pedra, pau é pau”
Não “é o fim do caminho”
Lesco-lesco e roçadinho
Sugerem outro final
Por causa das lesbianas
As “águas de março” vêm
Lavadas pelas baianas
Do jeito que só faz bem
No oito do mês de festa
Abra-se mais que uma fresta
Pra Ela falar também
Por causa das lesbianas
Escrevo mais um cordel
Dedicado às Fulanas
Com registro em papel
Exorto-as a amar
Bem como a comemorar
A vida embaixo do Céu
Em face da Lesbecause
Falo em direitos iguais
Não só pra mexer no mouse
(Mas pra fazer muito mais)
É que se fez nossa mão
Nossa boca e coração
Nossa língua e nossos ais
Em nome da causa delas
Façamos uma Parada
Pra expor nas janelas
Em letras arroxeadas:
Nenhum direito a mais!
A menos também jamais!
Esta é a grande sacada!
Autoria de Salete Maria, poeta cearense. (http://www.cordelirando.blogspot.com/)
p.s: Esse cordel era pra ser postado na semana da visibilidade lésbica, em comemoração ao dia 29 de agosto, portanto não me lembro o que houve que apenas ficou aqui salvo em rascunho. Entre uma futucada e outra aqui no blog eu encontrei-o, pois bem... postado! (01/10/20090

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Raulzito In Memória


O carimbador maluco; o guru; o carpinteiro do universo; o esquizofrênico; a mosca na sopa; a metamorfose ambulante; o início, o fim e o meio... ele mesmo, Raul Seixas, o maluco beleza, completa hoje duas décadas de morte e essa data nos faz lembrar da sua importância imensurável para a história da música brasileira ou para entrada da mitologia musical (tenho a certeza do quanto ele se orgulharaia de ser chamado de mito, rs).

Eu conheci Raul quando tinha 7 anos. Ele não sei. Fomos apresentados, eu e os seus trabalhos, por meu pai. Foi paixão a primeira vista. Tenho ainda na memória fresca, que como toda criança sempre fui questionadora e quase nunca minhas inquietações eram respondidas, até que um dia eu enchi meu pai de perguntas sobre a morte (não me recordo exatamente quais), porém tenho na mente que esse assunto me deixou intrigada porque até então eu não me conformava com a morte de meu tio (nessa época ele tinha 2 anos de morto, e eu era super apegada a ele). Foi então que meu pai se levantou, pensei até que fosse me ignorar, e então ele foi até o aparelho de som e me disse: "se concentre e ouça essa música", foi a canção "Trem das Sete", eu poderia até já ter uvido alguma outra canção de Raul antes, mas foi esta que me marcou como a primeira. E então depois que a canção terminou ele me indagou: - O que vc entendeu? - Que o trem tá chegando, respondi. Ele riu. Ah, tem tanta psicologia nesta letra que a cada vez que ouço percebo algo novo, diferente. Então ele pôs "Canto para minha morte" e eu fiquei mais satisfeita e mais medrosa, rs.
Não nego, a morte é um assunto do qual tenho muito interesse e gasto muito tempo refletindo em o que posso fazer antes de morrer. Eu passei um bom tempo procurando respostas para esse assunto tão misterioso e desconhecido, fui dos conceitos mais "primitivos" aos mais "avançados", mergulhei em mares de mitos, crenças, ideologias, ciências, e desisti de encontrar uma resposta e muito menos compreensão. Me satisfaço na simples idéia de que faz parte do ciclo da vida. E de que é a despedida. Mas como disse eu penso tanto na morte, não porque morremos ou para onde vamos, mas no fato de ser algo destrutivo, sei lá, é tão caro manter-se viva e tão barato morrer.

Não que eu tenha medo de morrer. Tenho mesmo é medo de não-viver e mais ainda: de não ter o direito de gozar sequer da juventude. Queria poder superar esse destino trágico, esta fatalidade. Que Raulzito superou.

E eu, enquanto raulseixista me orgulho de ter existido um homem como ele, meu conterrâneo, homem nordestino de bom gosto e de bom senso, bom filho, bom pai, bom humano, "nem cantor, nem compositor" como ele mesmo se intitulou, mas concerteza bom músico e político. Que superou as dificuldades e muralhas da vida (a morte, talvez a maior delas) e continua vivo nas suas filha(o)s, em nós, em mim.

Toca, Raul!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Primeiro, as pétalas; depois, os espinhos."

Em muitos momentos e por muitas vezes já ouvi alguém dizendo para mim ou para outrem (ás vezes até para si): "primeiro vem as pétalas, depois os espinhos" , ou "no começo tudo é um mar de rosa", ou ainda algo do tipo. Bem, eu vejo então que as pessoas acreditam bem mais no fim do que supõe, na predestinação, na receita única de fazer relacionamentos, aceitam a vida "como ela é", portanto acomodar-se é a alternativa mais fácil e confortável.
Mas esse post não é para negar o dito popular "primeiro as pétalas, depois os espinhos", é justamente para afirmá-lo, é a mais pura verdade. Pois?! Porque primeiro conhecemos as qualidades da outra - pessoa- , as virtudes, os hobbies, e apenas com a convivência (esse exercício árduo) é que vamos conhecendo a parte que nos foi omitida (e que omitimos, pois é certo que fazemos o mesmo), os defeitos, os vícios, os desgostos... e isso pode ser frustrante, pois buscamos na outra a perfeição, o que nos falta, uma pureza que não existe. E os conflitos começam quando não aceitamos as imperfeições alheias, quando negamos a outra pessoa, quando nos desencantamos (porque caí aquele holograma que criamos do homem ou da mulher perfeita) e todo e qualquer motivo por menor que seja é um motivo de rompimento, ou "já tô vendo que isso não vai dar certo", ou ainda "ela não era nada do que pensei".
E ela poderia ser o que pensei? E eu quem sou?! É fato que conhecer é uma vivência, e precisa de tempo, de momentos. Eu conheço primeiro o presente dela, me insiro nos seus planos, sonhos e anseios futuros, e ouço o seu passado...
Então ao conhecer viramos o ciclo do nosso tempo (vida) de ponta a pé: presente, futuro e passado. Por que seria diferente com as rosas? Bem, essa é a parte que queria chegar, o real motivo que me fez escrever esse texto. Por que seria diferente com as rosas?
Primeiro vem as pétalas que representa toda a beleza e imagem da flor; depois os espinhos que representa as dificuldades, os empecilhos, e isso fere, machuca, nos faz provar o gosto amargo do mel (o fel), porém os espinhos não representam o fim, é só mais uma parte da flor, uma fase de preparamento para chegarmos à raíz que é onde está toda a plenitude, a vida, a essência da flor, é de onde vem as pétalas, o cheiro, as cores, a imagem... a beleza.
Parar nos espinhos não é uma atitude inteligente e nem corajosa, é uma demonstração de acômodo, preguiça, menosprezo. Quero ir além... sentir os espinhos perfurar nossas peles, almas, e nos fazer mais humanas ("pois o homem é o exercício que faz", como disse Raul) e juntamente com você (a quem eu escolhi para amar) alcançar a plenitude da vida.
Flores em vida para nós! E que cada espinho represente um desafio superado, uma conquista! E que cada pétala seja nossa recompensa, prêmio!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Estrela do A.mar

'...um pequenino grão de areia que era um grande sonhador, olhou para o céu, viu uma estrela e imaginou coisas de amor. Passaram anos, muitos anos... ela no céu, ele no mar. Mas é que o sonhador nunca pôde com ela se encontrar. Se houve ou não houve alguma coisa entre eles dois, ninguém sabe explicar. O que há de verdade nessa história é que depois, muito depois, apareceu a estrela do mar...'

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Yabás

És a Vênus Cabocla brasileira,
Oxum, Afrodite, Anastácia!
Afro, dite! E dite com firmeza
Liberte-se dos espelhos
Internalize essa beleza!

Ès o rio que percorre...
Lave a humanidade!
Ultrapasse os limites
Tire dos homens a soberanidade!

Tão fértil quanto o Nilo
Do ventre crias faz nascer.
Não permitas que te maltratem
Te segreguem, te destratem
E te espanquem até morrer.

És dona das águas, do vento, do trovão
Liberte essa heroína,
Enalteça essa menina,
Revire a história divina
E protagonize essa oração!

Tua capacidade é tão equanime quanto a do outro sexo
Ocupe os espaços,
Alcance com teus braços
Saia dos armários
Desfaça os laços, entrelaços diversos.

Ès a Deusa soberana da Minha religião
Oxum; Yansã; Yemanjá
Ora Ieiê; Epa Hey; Odoyá
Toma o poder...
Tens o abebé na mão!


Dedicada à todas as mulheres.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

...

Quando te fitei serena e louca
Em teu mar de olhos negros mergulhei minha vida
E teus lábios me despertou da dor convulsa
E seu amor pintou meus mares de cinza.


Foi como uma súbita alegria,
Eu guardo na mente aquele dia,
Em que entreguei-te minh' alma leviana
Meu tesão, amor, gozos e canções
Passaram a ter uma dona.


Quis morar no interior do seu interior
Escolhi exatamente os teus pulmões
Do amor te dei o mel e o fel
E tornei-me Ar pr'a tuas respirações.


Agora queres meu abandono?!
Desprezo, raiva, noites sem sonos?
"Porém quando tu queres que eu não te queira,
Eu fico querendo querer-te ainda mais,
Mas quando é mais que uma fogueira,
O meu fogo arde em mim grande paz."


Reclamas de mim que sou fingida,
Fria, insegura, cínica, promiscua.
Que mascaro a dor,
'Mas claro, mais caro, adoro!'
Isso não significa que ignoro,
È que alimento em mim o que há de bom:
Você!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Artigo para livre publicação:

LEGISLAÇÃO - LGBT pagam impostos, mas não tem direitos , por Léo Mendes, Secretário de Comunicação da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT

Todo rendimento proveniente do trabalho dos brasileiros de orientação sexual bissexual e Homossexual ( Gays e Lésbicas) e de indentidades de Genero ( travestis e Transexuais ) , em 147 dias do ano ( por exemplo de 1 de janeiro à 27 de maio),tem um único destino: pagar tributos (impostos, taxas e contribuições) cobrados pelos governos federal, estadual e municipal.O cálculo é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que divulgou o estudo, feito anualmente, sobre os dias trabalhados para pagar tributos.
As cidadãs Lésbicas, Gays, Bissexuais, travestis e transexuais -LGBT , de acordo com o IBTP comprometem 40,15% de sua renda para pagamento de impostos.."Quando vão cobrar impostos, ninguém pergunta se a pessoa é gay ou lésbica, mas na hora de garantir direito todo mundo discrimina", a fala do presidente do Brasil Lula, durante a primeira conferencia nacional LGBT, em Brasília, junho de 2009, está correta.
No Brasil são 40 direitos civis que são garantidos aos cidadãos Heterossexuais e que são negados as pessoas LGBT. Esta é uma tendencia da heteronormatividade ( leis e normas que são feitas para garantir privilegios as pessoas heterossexuais e discriminar as LGBT ). Não seria coerente que parlamentares que negam o reconhecimento de direitos iguais entre Heteros e Homossexuais, criassem uma lei proibindo a cobrança de impostos no Brasil para a população LGBT? Os extremistas religiosos, acostumados a não pagar impostos em suas igrejas, bem que poderiam solicitar aos seus deputados e senadores para fazer uma lei estendendo este privilégio as pessoas LGBT.No Congresso Nacional, nunca foi aprovado nenhuma lei que igualasse direitos entre cidadãos heteros e homossexuais.
O que se vê são privilégios garantidos a uma parcela da população e negadas a outra, em total descumprimento ao artigo quinto da Constituição federal. Está na hora do Congresso nacional aprovar os projetos que criminalizam a Homofobia ( Òdio, discriminação, pavor de pessoas LGBT), a União estável entre casais adultos do mesmo sexo e o reconhecimento do nome social das pessoas de identidade de genero: travestis e transexuais.Direitos Civis que os parlamentares brasileiros negam aos cidadãos LGBT.
01) Não podem casar;02)
Não tem reconhecida a união estável;
03) Não adotam sobrenome do parceiro;
04) Não podem somar renda para aprovar financiamento;
05) Não podem somar renda para alugar imóveis;
06) Não inscrevem parceiro (a) como dependente no serviço público;
07) Não podem incluir parceiros (as) como dependentes no plano de saúde;
08) Não participam de programas do Estado vinculados à família;
09) Não inscrevem parceiros (as) como dependentes da previdência;
10) Não podem acompanhar o (a) parceiro (a) servidor publico transferido;
11) Não têm impenhorabilidade do imóvel em que o casal reside;
12) Não tem garantia de pensão alimentícia em caso de separação;
13) Não têm garantia à metade dos bens em caso de separação;
14) Não podem assumir a guarda do filho do cônjuge;
15) Não adotam filho em conjunto;
16) Não podem adotar o filho do parceiro(a);
17) Não têm licença-maternidade para nascimento de filha da parceira;
18) Não têm licença maternidade / paternidade se o (a) parceiro (a) adota filho;
19) Não recebem abono-família;
20) Não tem licença-luto, para faltar ao trabalho na morte do (a) parceiro (a);
21) Não recebem auxilio-funeral;
22) Não podem ser inventariantes do(a) parceiro(a) falecido (a);
23) Não têm direito à herança;
24) Não têm garantia a permanência no lar quando o (a) parceiro (a) morre;
25) Não têm usufruto dos bens do (a) parceiro (a);
26) Não podem alegar dano moral se o (a) parceiro (a) for vitima de um crime;
27) Não têm direito à visita íntima na prisão;
28) Não acompanham a parceira no parto;
29) Não podem autorizar cirurgia de risco;
30) Não podem ser curadores do (a) parceiro (a) declarado judicialmente incapaz;
31) Não podem declarar parceiro (a) como dependente do Imposto de Renda (IR);
32) Não fazem declaração conjunta do IR;
33) Não abatem do IR gastos médicos e educacionais do (a) parceiro (a);
34) Não podem deduzir no IR o imposto pago em nome do (a) parceiro (a);
35) Não dividem no IR os rendimentos recebidos em comum pelos parceiros;
36) Não são reconhecidos como entidade familiar, mas sim como sócios(as);
37) Não têm suas ações legais julgadas pelas varas de família;
38) Não podem doar sangue;
39) Não podem servir as forças armadas e podem ser presos por sodomia;
40) Não possuem um estatuto da cidadania LGBT, como outras populações vulneráveis como o Estatuto da Criança e Adolescente, do idoso, do torcedor, do desarmamento, da advocacia.

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Prometo que a próxima postagem comentarei sobre isso. Estou revoltada!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

À Ela

Eu não deixarei que morra em mim a vontade de amar teus olhos que são doces. Porque nada poderei te dar senão a segurança e certeza do meu amor. Desculpa pela mágoa de me veres ausente e exausta, de ser desatenta, acomodada, fria, ás vezes. No entanto sua presença é qualquer coisa como a lua e a vida.
E eu sinto que em meu coração existe teu coração, em minha voa a tua voz... enfim minh' alma na tu' alma.
Eu não deixarei de acreditar nos raios, nas flores, nas cores, no amor. Nem tão pouco deixarei de te amar, embora que para isso não necesseriamente precisamos estar juntas.
Também não deixarei de ser romântica, e as cartas, flores, e surpresas chegarão para ti de possíveis lugares.

P.S: Eu te amo;*
" [...] E jamais haverá substitutas, quaisquers putas que me ame como teu falso amor [...]"

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quem dera fosse apenas um sonho

E é pela primeira vez neste blog que postarei algo que não é poético, se bem que Mel sempre me diz que até falando de política utlizo linguagem metafórica, poética. Eu, que penso ser metade poética, tenho lá minhas dúvidas se não sou inteira.
Bem, vamos direto ao que interessa... Era 22h quando estava cá da janela do meu quarto avistando o que se há por fora (eu adoro ver o pôr-do-sol daqui, é afavelado!), e lá há casas, muitas casas dessas que os blocos são vísiveis, há principalmente casas de brinquedos, dessas que se desmontam com a chuva, havia também algumas crianças que brincavam de ser saci-pererê (e os seus cachimbos eram de verdade!), eu senti cá de dentro - naõ refiro-me à minha residência, mas a parte esquerda do cérebro, o coração, porque de fora dessa realidade eu não estou - uma indignação: Como uma mãe (nação) e um pai (Estado) pode fechar os olhos para suas crias, ao ponto de torna-las invisiveis, segregadas, marginalizadas?
Fiquei refletindo, analisei várias coisas: neoliberalismo, burguesia, trabalhadores/as (empregados/as e desempregados/as) ... e acabei dormindo. Mas não para por aqui... eu sonhei, e sonhei com a burguesia. Sem mais enrolações (risos), descreverei o sonho. Eu tinha acompanhado minha mãe à uma festa de uma das suas clientes (Minha mãe é cabeleleira de um dos centro de estética mais luxuosos de Salvador), lá eu comecei a fazer algumas observações e cheguei à algumas conclusões: a burguesia constroe suas casas para dentro, para que evitem ao máximo o contato com o mundo violento e precário, resultado das reflexões das suas políticas neoliberais, da globalização e do próprio sistema capitalista; a sala de estar é o ambiente para receber e encontrar visitas, amizades, paqueras... é a área social das/os burguesas/es para que evitem de utilizar espaços públicos como bibliotecas, cines, dentre outros; existem ambiente para adultos, crianças, idosos/as... tudo tem seu lugar, tudo é segregação; para tudo a burguesia cria um ambiente segregatório: azilos para idosos/as; becos para homoafetivos/as e simpatizantes, periférias, favelas e cortiços para pobres, e assim por diante.
A burguesia, o neoliberalismo nada se preocupa com a questão social (resultante dos conflitos de relação entre capital x trabalho) e suas múltiplas expressões (desemprego; violência; fome; a questão da mulher, da juventude, do idoso/a; e etc), ela está em conforto e seguranças em suas casas, condomínios luxuosos (tem "shopping", parques, praias, escolas... o mundo em um só lugar!), carros blindados e bolso cheio.
Já tivemos muros de concreto na era feudal, hoje, as sociedades têm muralhas invísiveis, muralhas que vi em meus sonhos.

Bu... o sonho acabou! Mas foi tão real!

terça-feira, 14 de abril de 2009

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA (Miguezim de Princesa)

Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço a Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

... "Um dia desse lhe disse a minha verdade mais impura; disse que desejava todas as noites ao dormir, que meu sentimento por ti escorresse pela garaganta à fora, feito sáliva escarrada... Mas o que não lhe disse então é que ás mesmas horas choro e, sussurro teu nome baixinho, só pra ver se escuta, e a vida lhe pões em meus braço novamente, te abraçando..."

Ela?! Cad' ela?!

E quando acordada presencia a aurora
Relembrando dos tempos de outrora
E dos amores com ela vividos
Lugares, momentos, estações
Brigas, gozos e canções
Eis que surge a certeza que de nada foi esquecido
E mesmo vivendo outros amores
Mesmo gozando e sentindo dores
Passageiras e ligeiras paixões
Sempre fará comparações
A aquela que te fez viver noites eternas
Com quem confusdistes tanto tuas pernas
E entregaste teu coração, alma, corpo e tesão!
E mesmo sangrando todo dia
Às vezes chorando em agonia
Um sorriso sempre traz à face
Doloroso, ora alegre, ora disfarce
E não teme a provar do gosto amargo
Usa cachaça, poesia e cigarro
Porque teria medo de outra desilusão?
Se ela adora voar com os pés no chão!
E mesmo com todas essas dores
Vos digo: Cuidado, senhoras e senhores
Ela é mulher de muitos amores
Teus olhar provoca tremores
Teus lábios desviam caminhos
Transforma água em vinho
' Inda tenho um recadinho:
E ela cheira a cadela no cio!


L. Gris