quarta-feira, 19 de novembro de 2008



CORES


Atenta nesta paleta de cores estes sinais de opulência da luz breve símbolos que acordam a manhã dos nossos olhos para a flor do sol que insistem na múltipla transfiguraçãodas imagens que dão forma às nossas vidas;
repara no preto e no branco como se a sinfonia dos acasos não fosse mais que a simetria dos ocasos
ou no azul que desfaleceos matizes infindáveis do cinzento que vai nos olhos, no sangue de cada um
porque é o sol magenta dos alvores matinais que trai os sonhos da madrugada a reflexão das cores e do entendimento.
Vê como o verde decai em tonalidades martirizadas pelo ocre e o amarelo sustentando a linha melódica dos barros;
Observa a cor do céu na fria latitudedos gelos glaciares,na transparência da água dos oceanos resolvida em anémonas e corais de luz.
Atenta no rosa dos frutos da primavera entre as folhas a captar o sol para a maturidade corrompida pelo granizo onde a imagem da noite bailano esmorecimento das cores e a sua ausência
o negro
.....o presente persistindo .....curvado à sapiência do eterno.
Atenta nas corese ouve o timbre os tons da música capazes de trazer violetas e rosasao patamar da euforiao clímax de licores de carmim e rosaem púrpura desfeita virgindade na face da menina já mulher.
Lê a tua sina em esmeraldas e em rubis cristalizados proscritos até ao fim do tempoou o ébano das noites frias envenenando o brilho diáfano de ametistas e turquesas que resolvem a cinza em azul e oiro

e vê como tudo se encaminha para um grande abraço
num arco-íris que vincula a terra à terra
o sangue ao rubro sangue das entranhas dum vulcão
que derrama todas as cores,
os símbolos e os signos
o magma que há de florescer nas
sensaçõesa percepção subjectiva do real.
(Vieira Calado)

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